terça-feira, 26 de julho de 2011

Psicose em adolescentes - Dados científicos concretos ou informação deturpada? - Anti-lobby 01#

                Dr. Ronaldo Laranjeira, em debate no programa "Entre Aspas" da Globo News:


Diante de tal afirmação viemos, por meio deste, através do nosso direito de resposta, questionar os critérios e métodos que estão sendo utilizados nas pesquisas e experiências que relacionam o consumo da Cannabis ao aparecimento ou intensificação de psicose nos usuários.

             Não pretendemos levar em conta a predisposição, já que esse fator de certa forma foge do raciocínio de que a causa vem da substancia; ou seja, as pesquisas não consideram fatores genéticos, comportamentais (traumáticos) e o consumo de outras substancias licitas e ilicitas (alcool, nicotina, cafeina etc). Isso pode ser entendido como uma falha, intencional ou não, vamos dar continuidade na mesma falha propositalmente.

             Direcionando o foco no uso, o questionamento vem pra elucidar em que condições essa experiência nos trouxe os dados atuais divulgados na imprensa. Esses usuários que participaram da pesquisa estavam consumindo de que forma a substancia? Ela era fumada, inalada, ingerida etc.? E uma segunda questão mais relevante: qual era a procedência da Cannabis utilizada na experiência? Qual era a variação da espécie: Sativa, Indica? A planta foi colhida em que estágio do crescimento? Foram utilizadas as folhas, os galhos, as flores? Qual o gênero da planta, macho ou fêmea? A planta passou pelo processo de cura?

             Sintetizando o parágrafo anterior: os grupos que participaram dessa pesquisa estavam fumando Cannabis do mercado negro? Prensada, colhida prematuramente, sem qualquer cuidado com a conservação e o transporte.

             Precisamos estar a par de cada detalhe da pesquisa que é de extrema importância para a sociedade brasileira que esta assustada com os resultados desse estudo.
            
 Podemos considerar válidos os resultados das pesquisas do Dr. Laranjeira e outros profissionais da área? A não ser que eles esclareçam essas lacunas, as pesquisas realizadas por esses profissionais só reforçam o argumento de que o que faz mal não é a substancia em si e sim sua proibição: traficantes visam o lucro e aproveitam da falta de controle da qualidade.

             Tal afirmação foi feita no debate quando levantou-se os potenciais danos que a maconha poderia causar caso fosse legalizada. É importante ressaltar que de acordo com Renato Malcher Neurocientista professor da Unb em debate realizado pela Folha de SP (
http://vai.la/1vSH) existem 2 componentes principais na farmacologia da maconha que são THC e o CBD.
           
 Renato Malcher afirma que o THC pode ser considerado uma das substâncias que pode propiciar a manifestação de surtos psicóticos em indivíduos que já tenham essa predisposição. Porém, o CBD possui efeito exatamente contrário agindo no organismo humano como anti-psicótico. Nesse cenário é importante ressaltar que uma vez que a droga está proibida é impossível ter um controle sobre a farmacologia dessa substância, pois, o mercado negro não tem nenhum comprometimento com a qualidade do produto e com certificados de garantias de controle de produção, com isso, muitos usuários de Cannabis que podem ter predisposição para sofrerem um surto psicótico poderiam diminuir esse risco através do consumo de maconha com maiores níveis de CBD do que de THC.

             Com a legalização da maconha haveria a possibilidade de fornecer aos usuários uma substância com níveis estabelecidos de THC e CBD como forma de diminuir possíveis transtornos psiquiátricos que os usuários possam vir a desenvolver. Assim como hoje em dia são vendidos bebidas que possuem diferentes porcentagens de álcool, como a vodka e a cerveja, com a legalização da maconha haveria a possibilidade de regulamentar os níveis de cannabinóides de forma a não causar maiores problemas aos seus usuários. APENAS com a legalização é possível fornecer saúde de qualidade e preventiva aos usuários de Cannabis Sativa.

 
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